quinta-feira, 9 de agosto de 2012

COMPANHIA VOLTA A PRODUZIR NOTEBOOK TOSHIBA NO BRASIL


COMPANHIA VOLTA A PRODUZIR NOTEBOOK TOSHIBA NO BRASIL

DEZ ANOS DEPOIS DE ABANDONAR A FABRICAÇÃO DO PRODUTO, SEMP TOSHIBA INVESTE R$ 15 MILHÕES PARA APROVEITAR O CRESCIMENTO DO MERCADO CORPORATIVO


Há dez anos, a competição com a importação e a pirataria fez com que aSemp Toshiba desistisse de fabricar os notebooks com a marca Toshiba no Brasil. A empresa, segundo o presidente Afonso Hennel, havia sido a primeira a produzir o produto no país e a marca Toshiba – fruto da joint venture com a japonesa de eletroeletrônicos, em 1977 – era bem conhecida no mercado. Depois de aposentar o notebook da Toshiba, a empresa passou a produzir no mercado local apenas a marca STI, tanto em notebooks, como em desktops.
Embalada pelos bons ventos no mercado corporativo nacional, a Semp Toshiba voltou atrás e, agora, resgata o produto aqui. O Brasil, aponta a consultoria IDC, acaba de se consolidar como terceiro mercado mundial em computadores e concentra cerca de 50% das vendas na América Latina. A projeção do instituto é de que o país cresça 13% em relação a 2011, quando atingimos a marca de 15,4 milhões de máquinas vendidas. Do total de computadores comprados no primeiro trimestre de 2012, 54% são notebooks e netbooks e 46% são desktops. Essa, talvez, seja a conta mais interessante e a que explica a estratégia da Semp Toshiba.

“Os controles à importação eram muito fracos. Estávamos competindo com nós mesmos. Houve uma sensível melhora nos controles de fronteira e, hoje, a legislação contra a pirataria está mais rigorosa. Além disso, o mercado brasileiro também amadureceu em termos de volume. E o mercado corporativo, que é o nosso foco, cresceu muito”, diz Hennel.

Investimentos
Foram investidos R$ 15 milhões para ressuscitar a produção de notebooks Toshiba no país, entre a contratação de 50 novos funcionários, ações de marketing, ações promocionais, nacionalização do produto etc. A Semp Toshiba possui hoje duas fábricas no Brasil, uma em Manaus (AM), focada em entretenimento, e outra em Salvador (BA), voltada à tecnologia. O notebook será fabricado parte em uma e parte na outra. Mas a companhia já tem planos de ampliar a fábrica de Salvador, no início de 2013, o que incluirá um novo investimento de R$ 40 milhões.
Um acordo com a Petrobras garantirá a compra das primeiras unidades. Apenas com a gigante nacional de energia, a Semp Toshiba fechou um contrato que prevê 11,3 mil unidades do notebook Toshiba, com um possível de aditivo de até 25%, o que significaria um volume extra de 2,8 mil máquinas. Outras dez empresas da iniciativa privada já fecharam contrato de compra do produto e a Semp Toshiba recebeu o pedido de mais 110 empresas, com mais de mil funcionários cada, para homologação do notebook (processo no qual o cliente faz uma bateria de testes com o produto na sua rede corporativa). “Parece pouco, mas isso garante que o note funciona bem no sistema dessas companhias e é um universo com forte potencial de negócios a serem fechados”, explica Hennel.
Atualmente, com os produtos STI, a Semp Toshiba fabrica um total de 300 mil unidades por ano. A previsão é de que esse volume chegue a 1 milhão de unidades em menos de cinco anos. Ao menos a princípio, as marcas STI e Toshiba não representam um conflito. A primeira é mais um produto de entrada, para empresas menores. Já o Toshiba, que será vendido em duas famílias, a Portégé e a Tecra, é um produto mais robusto. Ele é leve, fino, tem bateria de longa duração (até 8 horas) e vem com uma configuração de 500GB de hard disk e memória de até 8GB. No fim do ano, o plano é produzir aqui também o ultrabook (uma espécie de notebook ultrafino) Toshiba.
Novos planos 

A divisão Semp Toshiba Informática, hoje, responde por um terço do faturamento da empresa. A expectativa é de que ela represente até 50% em alguns anos. O notebook Toshiba não é a única aposta da companhia para chegar a este resultado.
Outro protagonista no crescimento projetado pelos executivos da empresa é o tabletSTI, que terá versão atualizada nas lojas, em setembro. Já foram vendidas até agora 50 mil unidades e a previsão é de um crescimento de 20% do produto no mercado, o que daria à Semp Toshiba um market share de 18% a 17%.
Para chegar até aí, a companhia tem buscado parcerias com universidades, como a Estácio de Sá, que, sozinha, assinou um contrato de 20 mil unidades, em maio. “Acredito que o tablet vai ter um espaço importante no mercado brasileiro, pois ele é um produto preço acessível”, afirma Hennel.

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